As autoridades de saúde do Distrito Federal já viabilizaram a realização do teste de 10% da população para diagnóstico do novo coronavírus, causador da Covid-19: foram, no total, até esta quinta-feira (18), 301.878 mil exames, das duas modalidades adotadas no DF, dos tipos rápido e RT-PCR, feitas em toda a população até 12 de junho. 

Estes dados incluem os agendamentos via drive-thru (na população que se julgou com sintomas), em profissionais de Saúde, dentro sistema prisional (segmento muito afetado) e em áreas vulneráveis. Ao ultrapassar os 300 mil testes, o DF alcançou 10% da população (segundo o IBGE, o população estimada local é de 3 milhões.

“O DF realiza a maior proporção de testes levando em conta a sua população. A testagem ainda segue por um período pelo método drive-thru ou itinerante, mas cada vez mais está sendo dirigido para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), pois além de ser mais eficiente para critérios clínicos, fortalece o vínculo com as equipes de vigilância e atenção à saúde, o que possibilita o acompanhamento dos pacientes e seus contatos”, explica Eduardo Hage, subsecretário de Vigilância à Saúde do DF.

A testagem no DF tem ocorrido de forma ampla. Por exemplo: três áreas da zona rural do Gama, na Ponte Alta, receberam a testagem itinerante em 16 e 17 de junho. A ação teve por objetivo testar quem apresentava sintomas em lugares mais remotos do DF.

No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), 1.608 profissionais estão envolvidos no enfrentamento à doença. Nas Unidades Básicas de Saúde são mais 6.535 profissionais e outros 2.576 nas emergências das unidades hospitalares que realizam atendimento à pacientes sintomáticos. 

Mais que os EUA
Proporcionalmente, o DF já fez mais testes diagnósticos do que os Estados Unidos. O dado foi levantado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) – que mostra também uma vantagem da capital em relação à quantidade de testes feitos por estados como São Paulo, Goiás, Ceará e Paraná.

O DF realizou 301.878 mil testes – ou 10% da população, acima dos 7,15% dos Estados Unidos. E superiores aos 1,31% de São Paulo; 2,03% do Ceará; 0,94% de Goiás; e 4,75% do Paraná. O comparativo foi feito tendo como base o tamanho da população do estado ou país proporcionalmente à quantidade de testes realizados.

O DF, no entanto, perde para a cidade de Nova York, que tem uma taxa de testagem de 15,25% – mas é superior a Califórnia, com 5,53%, e o Texas, com 3,81%, ambas nos Estados Unidos.

“Porém, mais importante do que testar um maior percentual da população, considerando que é impossível testar toda a população, é manter a testagem para todas as regiões com frequência. Isto permite monitorar a evolução temporal da pandemia em cada território”, explica o especialista Eduardo Hage. 

Para esse levantamento, os técnicos da Codeplan usaram dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; da Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Ceará; da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná; da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás; do Tribunal de Contas da União; do Centers for Disease Control and Prevention (CDC); e do United States Census Bureau. Os números de São Paulo são baseados nos divulgados pelo governo do estado

A Codeplan pondera que a comparação nacional é dificultada devido à contabilização dos testes não ser uma prática consolidada e uniformizada para consulta, sendo necessário um levantamento artesanal e individualizado. Essa contagem, no entanto, está no radar do IBGE, que pretende compilar este dado a partir de julho e incluí-lo na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Covid-19. 

Histórico
A pandemia causada pelo novo coronavírus mobiliza governos e autoridades sanitárias para a produção de respostas oportunas e em tempo adequado para contenção da progressão da doença e redução das consequências. 

Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o evento como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, conforme estabelece o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005). O Ministério da Saúde, por sua vez, declarou em 20 de março de 2020 o estado de transmissão comunitária da Doença. 

Em 28 de de Fevereiro de 2020, por meio do Decreto Nº 40.475, foi declarada situação de emergência no âmbito do Distrito Federal. 

Na capital, a pandemia teve início na segunda quinzena de fevereiro, tendo sido confirmado o primeiro caso em 5 de março. Desde então, registrou, até 17 de junho, 27.140 casos da Covid-19 – tendo recuperado 16.614 pessoas e computado 365 óbitos. Dos casos ativos, 52 são considerados graves, 158 moderados, 290 leves e outros 9.661 em análise. Dos 27.140 casos, 13.470 são em homens e 13.670 em mulheres. 

O GDF mantém o monitoramento sistemático das ações, bem como da evolução dos quadros, para garantir o nível de resposta adequado e a adoção das medidas de combate. 

Em 9 de abril, por exemplo, foi elaborado o primeiro plano de implementação de testagem para detecção do coronavírus, priorizando, naquele momento, os profissionais da Saúde e da Segurança Pública. No mesmo mês, no dia 21, a Secretaria de Saúde iniciou a testagem na população no formato de drive-thru, como estratégia para levar os exames à maior parte da população. No final de maio, as ações foram ampliadas para moradores de locais vulneráveis e grupos de risco, como abrigados e pessoas privadas de liberdade.

AGÊNCIA BRASILIA