Após quase 3 meses internado com covid-19, morre Maguito Vilela, prefeito de Goiânia. Internado desde outubro do ano passado, Vilela foi eleito prefeito da capital goiana enquanto estava na UTI.  O político estava internado em São Paulo e tomou posse na UTI do hospital

Fotos: Renato Alves.

Após quase 3 meses internado com um quadro grave de covid-19, o prefeito licenciado de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), morreu na madrugada desta quarta-feira, 13. O falecimento foi comunicado pela equipe do prefeito pelas redes sociais. Vilela estava internado desde o dia 22 de outubro, e lutava contra uma infecção pulmonar diagnosticada na semana passada. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

"É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do prefeito de Goiânia, Maguito Vilela, ocorrido nesta madrugada de 13 de janeiro. Internado desde o dia 22 de outubro para tratar da Covid-19, Maguito lutava contra uma infecção pulmonar diagnosticada na semana passada. A família está providenciando o traslado do corpo de São Paulo para Goiás e ele deve ser sepultado em Jataí, sua terra natal. Assim que tivermos mais informações repassaremos", diz o comunicado.

Eleito prefeito da capital goiana no pleito do ano passado, Vilela precisou tomar posse por meio de assinatura eletrônica e ainda sedado. Então candidato pelo MDB, Maguito não participou da reta final da campanha e estava na UTI no dia em que venceu o senador Vanderlan Cardoso (PSD) no 2º turno.

Maguito tinha 71 anos, mais de 40 deles dedicados à vida pública. Começou como vereador, pelo extinto Arena, em 1977, elegendo-se deputado estadual em 1983. Foi governador de Goiás entre 1995 e 1999, senador entre 1999 e 2007. Após deixar o Senado, foi prefeito, por dois mandatos, da segunda maior cidade de Goiás, Aparecida de Goiânia. Ele entrou na disputa pela capital, em 2020, após seu correligionário, Íris Rezende, decidir que não se candidataria à reeleição.

Com a morte de Maguito, quem assume é seu vice-prefeito, Rogério Cruz (Republicanos), que já estava à frente da prefeitura em razão do afastamento de Maguito. Cruz lamentou a morte do companheiro de chapa em suas redes sociais.

"O que dizer de um homem simples, de coração puro, de um caráter libado e que sonhou com 'uma linda Goiânia' expressa em folhas de papel? E que me deixa uma grande responsabilidade de fazer Goiânia seguir em frente juntamente com uma equipe de excelência. E assim faremos! Meus sentimentos a todos os familiares nas pessoas do Daniel, Flavia, Miguel, Vanessa, Leandro, e a todos os amigos.#MaguitoGuerreiro, sua história ficará marcada em todos nós."

O corpo do prefeito será levado de São Paulo para Goiás e ele deve ser sepultado em Jataí, sua cidade natal, a 320 km da capital.

Maguito tomou posse no dia 1º de janeiro com assinatura eletrônica na UTI (unidade de terapia intensiva) do hospital. Uma hora e meia depois, o vice-prefeito, Rogério Cruz (Republicanos), assumiu o governo interinamente e participou da transmissão do cargo. Após Maguito ter sido empossado, a equipe de transição solicitou afastamento dele para tratamento de saúde por tempo indeterminado.

Advogado e político tradicional, Maguito já foi vereador, deputado estadual e federal, vice-governador, governador e senador. Na campanha eleitoral pela Prefeitura de Goiânia, ele precisou se afastar ainda no primeiro turno após receber o diagnóstico da Covid-19. Inicialmente, foi internado em um hospital de Goiânia com 75% de inflamação nos pulmões e, em seguida, transferido para o Einstein. Foi a primeira vez que o emedebista disputou a Prefeitura de Goiânia.

No segundo turno, Vilela teve 52,60% dos votos (277.497). Ele derrotou o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que alcançou 47,4% dos votos (250.036). Ao ser informado sobre a vitória, no dia 29 de novembro, quando estava consciente, ele deixou "escorrer algumas lágrimas".

Com a morte de Maguito Vilela (MDB), prefeito licenciado de Goiânia, por complicações relacionadas ao novo coronavírus, a cidade será comandada de forma definitiva por seu vice, Rogério Cruz (Republicanos) – que já o substituia desde a posse em 1º de janeiro. Nascido em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Cruz tem 54 anos, é radialista e pastor licenciado da Igreja Universal.


  

Antes de chegar a Goiânia, Rogério Cruz era executivo do Grupo Record e chefiou projetos para levar conteúdo da empresa a Moçambique, de 1995 a 2000, e Angola, de 2000 a 2009. Foi o objetivo de estruturar o sistema de rádio local da emissora que o levou até Goiânia, em 2010. Em 2012, foi eleito vereador com 7.774 votos, seu primeiro cargo público. Em 2016, com 8.312 votos, Cruz foi reeleito ao cargo na Câmara Municipal goiana. Durante o período em que atuou na Câmara Municipal, apresentou 60 projetos, incluindo seis para conceder títulos de cidadãos goianienses a lideranças evangélicas. Foram três bispos, um pastor e dois executivos do Grupo Record.

Em declarações à imprensa de Goiânia, Cruz disse em 2020 que não pretendia concorrer novamente ao cargo de vereador. Em setembro, seu partido anunciou apoio à candidatura de Maguito Vilela e o indicou como vice na chapa do emedebista. Ao ser oficializado na disputa ao Executivo, Cruz declarou que recebeu a notícia com "supresa", mas que sentiu-se "muito honrado" pela escolha. Durante a campanha de 2020, ele assegurou, em entrevista ao jornal O Popular, que a Igreja não teria nenhum papel no governo.

"Sou pastor na igreja. Na Câmara, eu sou vereador. E no Paço [Municipal, sede da Prefeitura], serei vice-prefeito", afirmou.